quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Será crime duvidar ?


Na Filosofia, a dúvida opõe-se ao indiscutível

A vontade, manifestada pela pessoa que ocupa a função de ministro da Justiça na Alemanha, de tipificar como delito uma opinião contrária ao oficialmente declarado "Holocausto", é um verdadeiro atentado às liberdades fundamentais, um ressurgir da mentalidade inquisitorial.
É uma ofensa à inteligência !

Porquê este absurdo, esta perversão ao raciocínio ?

Independentemente de não ser seguidor de uma qualquer doutrina religiosa, culto ou rito, compreendo a função social (e política) da religião. Não me considero deista, e menos ainda teista, nem tão pouco ateu, no sentido de contrário a uma divindade.
Como poderia ser contrário a algo que, para mim, não existe ? Seria um contrasenso !
Penso que dizer-se agnóstico é um posicionamento intelectual próximo, metafóricamente, ao acto da avestruz que mete a cabeça na areia perante uma dificuldade.
Na verdade, sinto em mim o sentimento de religiosidade que o Homem sempre sentiu quando, sózinho com os seus pensamentos, no alto de um monte, numa noite sem nuvens, perscruta o infinito … E aí começa a curiosidade ou a dúvida !

Os curiosos, ficarão satisfeitos com a superstição e serão crédulos do irreal. Os que geram dúvidas, desenvolverão conceitos cépticos.

E a dúvida é o fundamento da filosofia, como amizade ao saber, como estrutura do conhecimento !

Interdizer a dúvida é, além de uma aberração intelectual, um incomensurável atentado à consciência de cada um.

A dúvida é uma interrogação. Pode ser pressentimento ou impressão de uma realidade diferente.
Opõe-se à certeza, à noção de que algo é indiscutível.
A dúvida é uma abertura para horizontes divergentes !

Tenhamos sempre presente que a analogía não é uma prova nem a boa-fé é um argumento.

Porém, a dúvida não é (não deve ser) um estado final.
Deve ser o inicio de uma "pesquiza, de uma busca, de um encaminhamento zetético, da aplicação da "arte da dúvida".

Mas, para empreender um processo zetético (do grego "setién", procurar), não é suficiente "a recusa de toda a afirmação dogmática", como ensinou o filósofo Pirro, já no século IIIº da Era Precedente.

Numa base filosófica, inspirada no cepticismo, devemos apoiar-nos em métodos ciêntificos de pesquiza para tentar apreender eficazmente o real (alargando a perpectiva do cepticismo de Pirro).
O objectivo será pois, contribuir à formação em cada individuo de uma capacidade de apropriação critica do saber e do conhecimento.

"O entendimento não deve aprender pensamentos, mas a pensar. Deve ser conduzido […], mas não levado em ombros, de maneira que no futuro seja capaz de caminhar por si sem tropeçar." , escreveu Immanuel Kant.

Nas doutrinas, a dúvida é heresia.

Vejamos o que significa etimologicamente esse tão dogmático termo "holocausto" ?
O termo "holocausto" é um termo religioso (conforme a tradição judaica) que designa o "sacrificio pelo fogo" após uma imolação.
O latim eclesiástico "holocaustum", provém do grego "holokauston" (do neutro "holokaustos" : "hólos", "todo", e "kaústos", "queimar"), termo utilizado pelos gregos para traduzir, na "Biblia Septuaginta", o vocábulo hebreu "'olah", que significa "sacrificio pelo fogo oferecido à divindade".
O costume da "Santa Inquisição" em queimar os herejes, provém da tradição judaica, que sempre impregnou o cristianismo. Tenhamos presente que Torquemada era um judeu converso !

Os gregos praticavam também uma forma de "holocausto" no contexto de rituais ctónicos que designavam como "enágisma".

Um "holocausto" é pois um ritual, uma manifestação religiosa !

A Tanakh (Biblia judaica para os cristãos) refere que o rei Salomão (que segundo a tradição teria reinado entre 970 e 930 EP) enviou uma mensagem a Hiram, rei de Tiro, para que este o ajudasse na construção do Templo de Jerusalém :
"Eis que resolvi edificar uma casa para o nome de Yahweh meu Deus para reconhecer a sua santidade, queimar diante dele o incenso perfumado e oferecer continuamente os pães da proposição, oferecer holocaustos (...)" ( II Crónicas 2:2-4).

Os textos revelam igualmente a construção de "10 pias (para a lavagem dos holocaustos)…", um prévio banho ritual ao que vai ser "sacrificado" (animal ou pessoa).

Refere a Génese (tradução do Bereshit, primeiro livro da Tanakh) :
"Deus diz : Leva o teu filho, teu único, que tu amas, Isaac, e vai ao país de Moriyya, e là tu o oferecerás em holocausto sobre uma montanha que te indicarei. (Gn 22:2)
"Abraham levanta-se cedo, sela o seu asno e reune dois serviçais e seu filho Isaac. Corta a madeira para o "holocausto" e parte para o local que Deus lhe tinha revelado. (Gn 22:3)

O profeta Daniel tem visões de um "distante futuro" (Dan. 8:26), "o que acontecerá ao seu povo no futuro" (Dan. 10:14), incluindo um "tempo de tribulação" a partir do qual sera delivrado" (Dan 12:1).

E o livro de Daniel refere o tempo que durará a "Tribulação" (em maiúsculas) : "um tempo, tempos e meio tempo" (Dan. 7:25)
O que, em linguagem biblica, significa : "tempo" = 1 ano (12 meses de 30 dias) ; "tempos" = plural de 1, ou seja 2 ; "meio tempo" = 6 meses.
A "Tribulação" será pois de 3 anos e meio, ou seja 42 meses.

A "Tribulação" teria principiado em 70 EP, quando os romanos destruiram o Templo de Jerusalém, provocando a dispersão ("diáspora") dos judeus.
O "Holocausto" seria o "climax" da "Tribulação" que, segundo a "profecia biblica", precederá a restauração de Israel na "Terra Prometida".

"Os judeus sobreviventes "possuirão" o reino de Israel" (Dan 7:22,27)

Segundo os dados avançados pelos próprios judeus, os campos de exterminio teriam iniciado a sua tarefa em Dezembro de 1941 até que foram libertados em Maio de 1945.
Quanto tempo ? Exactamente… 42 meses !

Em 1948, após a "Tribulação", o "povo eleito" reencontra a "Terra Prometida" : "Eretz Israel" !

A profecía de Daniel cumpria-se !
E uma profecía não se contradiz. É dogma !
E quem duvidar ou afirmar o contrário é hereje. E nas doutrinas, a heresia é inadmissível... pune-se !

4 comentários:

Anónimo disse...

El Crimen del Niño de la Guardia: Torquemada dictó una orden para que los encarcelados en Segovia fueran trasladados a Avila para ser juzgados allí. Fray Fernando de San Esteban viajó a Salamanca, y en el convento de San Esteban se entrevistó con varios expertos juristas y teólogos, quienes dictaminaron la culpabilidad de los acusados

Anónimo disse...

En 1491 los judaizantes de Avila y Toledo se vengaron en el Niño de la Guardia

Anónimo disse...

Fray Tomás de Torquemada, personaje maldito de la historia, como Perico Chamorro.

Anónimo disse...

rosas samaniego