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sociedade
e politica
e politica
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Uma comunidade prevalece enquanto nela se mantém a solidariedade entre os homens e as mulheres que a constituem, ou seja, enquanto não se manifestam forças centrifugas (desrespeito, desacato, egoismo, desmesura…) que naturalmente surgem sempre que o equilibrio demográfico se torna instável, sempre que o número de habitantes atinge um valor exagerado relativamente ao território ocupado pelo núcleo populacional, ou quando a percentagem de população alógena ultrapassa limites de razoabilidade.
Na Antiguidade grega procurava-se que no conjunto da "polis" os seus habitantes mantivessem activas as noções de harmonia, de equilíbrio e de justa medida, distribuidas pelos indispensáveis valores de coragem (andréia), temperança (sophrosýne), bondade (praótes), liberdade (eleutheriótes), verdade (alétheia), reserva (aidós), justa indignação (gémesis), amizade (philía), piedade (eusébeia) e disciplina (eutaxía).
O desequilíbrio era visto como uma ameaça à sobrevivência de todo o corpo cívico, de toda a "polis".
Ideologicamente, o bem comum suplantava o indivíduo, e uma desmedida (hýbris) poderia provocar uma contaminação (miasma) em toda a sociedade, desestruturando-a, pelo que somente a obediência ao recurso às leis ou aos ritos, poderiam promover a purificação (katharsis) e o retorno à ordem (eunomia).
A "polis" ("cidade-estado" grega), plural "poleis", era composta por um núcleo urbano ("asty") e um território adjacente ("khora") que implicava recursos de subsistência e uma homogeneidade étnica.
A "asty" é a parte da "polis" onde se agrupam os cultos civicos e as instâncias políticas, enquanto a "khora" é composta por pequenas povoações que se denominavam "Paralia" (se na zona costeira) ou "Mesogea" (se em zona do interior).
Este tipo de organização social, pequenos territórios agrupados à volta de um centro urbano, que caracterizou a Antiguidade grega, tem a sua origem em tempos mais recuados em KA.LAM ("o País"), denominação atribuida pelos sumérios ao território que habitavam entre os rios Tigre e Eufrates, e que os gregos baptizaram como "Mesopotâmia", terra no meio" ("meso") dos rios ("potamos").
Ur, Uruk, Lagash (cuja "asty" era Girsu), Umma, Eridu, eram "cidades-estado" do País de Sumer (em sumério KI.EN.GI), povo provavelmente originário do Cáucaso, limitado a sul pelo golfo pérsico e a norte pelo País de Akkad, Akkadu (em sumério KI.URI), habitado por povos semitas.
Como curiosidade, foram os acádicos que denominaram KI.URI como "Shu Me Ru", nome pelo qual ficaram conhecidos os seus habitantes (sumérios).
O permanente cuidado em não permitir um desajustado crescimento dos núcleos urbanos, vai manter o equilibrio comunitário no interior das "cidades-estado", assim como entre elas, durante dezenas de séculos !
Quando a Aristocracia das "poleis" gregas (principalmente Atenas) opta pelo desenvolvimento do comércio como fonte de riqueza, uma das imediatas necessidades foi o aumento demográfico : mais gente, mais "clientes", mais negócio… a crematística tinha nascido !
Desenvolve-se o processo de "sinecismo" (do gr. "sunoikismós", derivado de "sún", com, e "oĩkos", casa, ou seja, "comunidade de casas") pelo qual povoações isoladas se juntam a uma mais importante, ou o fazem entre elas, dando nascimento a novas "cidade-estado".
Pela ausência de controlo demográfico, as comunidades foram crescendo, as necessidades de habitação e alimentação aumentaram e foi-se instalando um grupo social que considerou necessário instituir regras de convivência (obviamente para "bem de todos"), afirmando-se como "classe governante profissionalizada", colocando a "velha classe aristocrática" numa redoma onde podiam contar e recontar as riquezas acumuladas…
Antes de que a finalidade fosse acumular riqueza, as primeiras comunidades eram governadas na verdadeira acepção do termo "governar", ou seja, "pilotar", "dirigir para", conduzir o conjunto da comunidade com uma finalidade que não se esgota no acto de dirigir, mas visa um objectivo claramente definido com antelação.
Mais tarde, quando os governantes assumem que o seu objectivo não coincinde com a finalidade geral, manifesta-se uma ruptura entre governantes e governados, que passam a ser "dirigidos", antes de mais, para a consecução de propósitos próprios de manutenção do poder. Os governantes avocam o direito de comandar, de reger os destinos da comunidade segundo conceitos por eles determinados e passam a actuar com o critério de "dirigentes".
Tinha nascido a "política" (e os políticos) que rapidamente converteram o principio solidário da comunidade em sistema societário competitivo, e lançaram-se em conquistas e em tratos mercantis com a prioritária finalidade de enriquecimento próprio.
Nesses "jogos" de guerra e mercado, as comunidades (convertidas em sociedades) passaram a ser a causa e a consequência das decisões tomadas pela associação dos poderes politico e religioso, "do sabre e do hissope" ("le sabre et le goupillon").
Ao governo colegial "aristocrático" (do gr. "aristos", os melhores) impõe-se a noção de "monarquia" (do gr. "monos", único + "archein", poder), que implanta o regime "monárquico" (do gr. "monarkhikos"), o poder centrado numa só pessoa, que se faz rodear de individuos de confiança, a "nobreza", que tal como o "monarca" (em lat. "rex") adquire direito sucessório.
O "rex", como "chefe de Estado", dirigia directamente a nobreza e, através dela, a generalidade das instituições e da população (em lat. "res publica" - "coisa pública").
A perda do direito sucessório, convertendo o "rex" em "presidente", e a eliminação do poder da "nobreza" em favor de uma classe profissional de politicos", é a diferença fundamental entre os regimes politicos monárquico e republicano, apesar de que, no presente, a instituição monárquica, para sobreviver, aceita compartir a direcção do Estado com formas republicanas de governo que, na prática, detêm o verdadeiro poder politico.
Para as populações, o problema continua a residir em que o "rex" ou o "presidente", apoiados por uma nobreza ou por grupos oligárquicos, mantêm como finalidade primeira o enriquecimento próprio e, por razões de sobrevivência como poder, vão distribuindo "panem et circenses" !
Uma comunidade prevalece enquanto nela se mantém a solidariedade entre os homens e as mulheres que a constituem, ou seja, enquanto não se manifestam forças centrifugas (desrespeito, desacato, egoismo, desmesura…) que naturalmente surgem sempre que o equilibrio demográfico se torna instável, sempre que o número de habitantes atinge um valor exagerado relativamente ao território ocupado pelo núcleo populacional, ou quando a percentagem de população alógena ultrapassa limites de razoabilidade.
Na Antiguidade grega procurava-se que no conjunto da "polis" os seus habitantes mantivessem activas as noções de harmonia, de equilíbrio e de justa medida, distribuidas pelos indispensáveis valores de coragem (andréia), temperança (sophrosýne), bondade (praótes), liberdade (eleutheriótes), verdade (alétheia), reserva (aidós), justa indignação (gémesis), amizade (philía), piedade (eusébeia) e disciplina (eutaxía).
O desequilíbrio era visto como uma ameaça à sobrevivência de todo o corpo cívico, de toda a "polis".
Ideologicamente, o bem comum suplantava o indivíduo, e uma desmedida (hýbris) poderia provocar uma contaminação (miasma) em toda a sociedade, desestruturando-a, pelo que somente a obediência ao recurso às leis ou aos ritos, poderiam promover a purificação (katharsis) e o retorno à ordem (eunomia).
A "polis" ("cidade-estado" grega), plural "poleis", era composta por um núcleo urbano ("asty") e um território adjacente ("khora") que implicava recursos de subsistência e uma homogeneidade étnica.
A "asty" é a parte da "polis" onde se agrupam os cultos civicos e as instâncias políticas, enquanto a "khora" é composta por pequenas povoações que se denominavam "Paralia" (se na zona costeira) ou "Mesogea" (se em zona do interior).
Este tipo de organização social, pequenos territórios agrupados à volta de um centro urbano, que caracterizou a Antiguidade grega, tem a sua origem em tempos mais recuados em KA.LAM ("o País"), denominação atribuida pelos sumérios ao território que habitavam entre os rios Tigre e Eufrates, e que os gregos baptizaram como "Mesopotâmia", terra no meio" ("meso") dos rios ("potamos").
Ur, Uruk, Lagash (cuja "asty" era Girsu), Umma, Eridu, eram "cidades-estado" do País de Sumer (em sumério KI.EN.GI), povo provavelmente originário do Cáucaso, limitado a sul pelo golfo pérsico e a norte pelo País de Akkad, Akkadu (em sumério KI.URI), habitado por povos semitas.
Como curiosidade, foram os acádicos que denominaram KI.URI como "Shu Me Ru", nome pelo qual ficaram conhecidos os seus habitantes (sumérios).
O permanente cuidado em não permitir um desajustado crescimento dos núcleos urbanos, vai manter o equilibrio comunitário no interior das "cidades-estado", assim como entre elas, durante dezenas de séculos !
Quando a Aristocracia das "poleis" gregas (principalmente Atenas) opta pelo desenvolvimento do comércio como fonte de riqueza, uma das imediatas necessidades foi o aumento demográfico : mais gente, mais "clientes", mais negócio… a crematística tinha nascido !
Desenvolve-se o processo de "sinecismo" (do gr. "sunoikismós", derivado de "sún", com, e "oĩkos", casa, ou seja, "comunidade de casas") pelo qual povoações isoladas se juntam a uma mais importante, ou o fazem entre elas, dando nascimento a novas "cidade-estado".
Pela ausência de controlo demográfico, as comunidades foram crescendo, as necessidades de habitação e alimentação aumentaram e foi-se instalando um grupo social que considerou necessário instituir regras de convivência (obviamente para "bem de todos"), afirmando-se como "classe governante profissionalizada", colocando a "velha classe aristocrática" numa redoma onde podiam contar e recontar as riquezas acumuladas…
Antes de que a finalidade fosse acumular riqueza, as primeiras comunidades eram governadas na verdadeira acepção do termo "governar", ou seja, "pilotar", "dirigir para", conduzir o conjunto da comunidade com uma finalidade que não se esgota no acto de dirigir, mas visa um objectivo claramente definido com antelação.
Mais tarde, quando os governantes assumem que o seu objectivo não coincinde com a finalidade geral, manifesta-se uma ruptura entre governantes e governados, que passam a ser "dirigidos", antes de mais, para a consecução de propósitos próprios de manutenção do poder. Os governantes avocam o direito de comandar, de reger os destinos da comunidade segundo conceitos por eles determinados e passam a actuar com o critério de "dirigentes".
Tinha nascido a "política" (e os políticos) que rapidamente converteram o principio solidário da comunidade em sistema societário competitivo, e lançaram-se em conquistas e em tratos mercantis com a prioritária finalidade de enriquecimento próprio.
Nesses "jogos" de guerra e mercado, as comunidades (convertidas em sociedades) passaram a ser a causa e a consequência das decisões tomadas pela associação dos poderes politico e religioso, "do sabre e do hissope" ("le sabre et le goupillon").
Ao governo colegial "aristocrático" (do gr. "aristos", os melhores) impõe-se a noção de "monarquia" (do gr. "monos", único + "archein", poder), que implanta o regime "monárquico" (do gr. "monarkhikos"), o poder centrado numa só pessoa, que se faz rodear de individuos de confiança, a "nobreza", que tal como o "monarca" (em lat. "rex") adquire direito sucessório.
O "rex", como "chefe de Estado", dirigia directamente a nobreza e, através dela, a generalidade das instituições e da população (em lat. "res publica" - "coisa pública").
A perda do direito sucessório, convertendo o "rex" em "presidente", e a eliminação do poder da "nobreza" em favor de uma classe profissional de politicos", é a diferença fundamental entre os regimes politicos monárquico e republicano, apesar de que, no presente, a instituição monárquica, para sobreviver, aceita compartir a direcção do Estado com formas republicanas de governo que, na prática, detêm o verdadeiro poder politico.
Para as populações, o problema continua a residir em que o "rex" ou o "presidente", apoiados por uma nobreza ou por grupos oligárquicos, mantêm como finalidade primeira o enriquecimento próprio e, por razões de sobrevivência como poder, vão distribuindo "panem et circenses" !
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